Huawei volta a lançar celulares no País após 4 anos
11/03/2019
É do alto de um escritório no 32.º andar no bairro do Morumbi, em São Paulo, com vista para a Marginal Pinheiros e ainda muitas cadeiras a preencher, que a chinesa Huawei tenta colocar em pé uma de suas principais metas em 2019: entrar no mercado brasileiro de smartphones. O retorno da empresa ao País já tem data marcada: a partir de maio, celulares premium da fabricante poderão ser encontrados nas lojas do País. “Queremos trazer ao Brasil as tecnologias mais inovadoras que temos”, diz Ketrina Dunagan, vice-presidente sênior de marketing da Huawei nas Américas, em entrevista exclusiva ao Estado.
É uma aposta bem diferente da que a empresa fez em 2013, quando tentou entrar pela primeira vez no País. Na época, importou aparelhos de entrada e intermediários, mas naufragou com a alta do dólar e a falta de conhecimento do consumidor local. “O Brasil é um mercado complexo pela estrutura tarifária. Não dá para vencer aqui se você não tiver fabricação local”, diz a executiva.
Segundo Ketrina, os smartphones que chegarão às lojas em maio serão trazidos de fora. Até o fim do ano, a empresa pretende montar seus celulares aqui – parceiros ainda estão sendo avaliados. Um time local, com áreas de logística, vendas e marketing, está sendo contratado.
A Huawei diz ter mudado muito nos últimos quatro anos: com investimentos em pesquisa, passou a disputar a liderança em inovação em smartphones. Foi a primeira empresa a lançar um celular com câmera de três lentes, em 2018, numa parceria com a alemã Leica. Em fevereiro, surpreendeu ao exibir o Mate X, seu primeiro celular de tela dobrável e embarcado com 5G – tecnologia na qual a empresa também atua para melhorar a infraestrutura de redes.
A aposta em inovação rendeu frutos em vendas: a Huawei saltou de 5,5% do mercado global, em 2014, para 13%, em 2018, segundo dados da consultoria Gartner (ver quadro abaixo). Só no ano passado, suas vendas subiram 35% em unidades – incomodando Apple e Samsung. “Queremos ser líderes globais em até dois anos”, diz Ketrina.
Tropical. No Brasil, a Huawei também busca a liderança, mas a longo prazo, passo a passo – estratégia que incluirá o lançamento de aparelhos mais acessíveis no futuro. Um de seus trunfos é a longa parceria com as operadoras brasileiras, para as quais fornece infraestrutura de redes há duas décadas. Acordos com varejistas também estão sendo desenhados. “No lançamento, os brasileiros poderão ver e testar os produtos no varejo”, garante a executiva.
Para ter chance de concretizar suas ambições por aqui, a empresa terá vários desafios. O primeiro será se apresentar ao brasileiro: menos de 1% dos consumidores do País conhece a marca, segundo pesquisa da consultoria IDC Brasil feita em setembro de 2018. “Preço vai ser importante, mas a empresa terá de convencer que é melhor que Apple e Samsung”, diz Renato Meirelles, analista da IDC.
Para Eduardo Pellanda, professor de Comunicação Digital da PUC-RS, a fabricante tem argumentos sólidos de convencimento. “As câmeras da Huawei são das melhores atualmente. É um novo tipo de empresa chinesa, que desenvolve e produz na China, com custo mais baixo.”
A empresa também enfrentará um mercado bastante concentrado: segundo a IDC, Samsung e Motorola responderam por nada menos que 78% das vendas de smartphones no País no ano passado. “O mercado precisa de novos competidores, mas quem quiser entrar precisará de marca forte e boas especificações”, diz Meirelles.
Na visão de analistas, a estratégia da empresa de começar por aparelhos mais caros é acertada. “Hoje, o brasileiro não está mais comprando seu primeiro celular, mas trocando seu aparelho por modelos mais caros”, diz o analista da IDC. O preço médio de um smartphone no Brasil, segundo a consultoria, saltou 13,7% em 2018, para R$ 1.307.
Embora tenha representatividade pequena nas vendas totais – celulares acima de R$ 2 mil são apenas 10,5% do mercado nacional –, o segmento premium é aquele em que a indústria tem melhores margens de lucro. “É uma estratégia clássica: começar com aparelhos mais caros para viabilizar produtos de massa”, avalia Pellanda, da PUC-RS. “Além disso, o mercado premium traz visibilidade. Se entrasse só vendendo celular barato, seria mais uma chinesa ‘xing ling’.”
Fonte: Estadão
Mulheres já são donas de 38% das empresas brasileiras, aponta consultoria
As mulheres detêm fatia expressiva das empresas legalmente constituídas no País, apesar de as companhias de propriedade feminina ainda faturarem pouco perto das empresas fundadas e tocadas por homens. Hoje mais de um terço (38%) das companhias em funcionamento são de propriedade exclusiva de mulheres, enquanto, sozinhos, os homens são donos de 48,2% delas. Já sociedades formadas pelos dois gêneros respondem pela propriedade de 13,8% das empresas.
Quando se avalia a participação de mulheres e homens na propriedade de empresas como empreendedores, independente a composição societária exclusiva ou em parceria com homens, as mulheres são donas de 42,5% das companhias e os homens por 57,5%.
Os dados fazem parte de um levantamento feito a partir de 20,5 milhões de CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) ativos e disponíveis em fontes públicas de informação. O CNPJ é uma espécie de carteira de identidade das empresas e revela os dados básicos de cada companhia. O estudo foi elaborado pela consultoria BigData Corp, especializada em análise de dados.
“O resultado da participação feminina foi uma surpresa positiva”, afirma Thoran Rodrigues, presidente da consultoria e responsável pelo estudo. Ele pondera que o ideal seria que as participações de mulheres e homens no mundo empresarial fossem equivalentes, seguindo as fatias de ambos os gêneros na população brasileira. No entanto, levando-se em conta a circunstância, como a herança cultural e histórica que coloca em evidência mais o homem do que a mulher no mundo empresarial, o especialista considera o desempenho feminino atual favorável.
Tamanho
O estudo revela também que as empresas que têm apenas mulheres como sócias são empreendimentos de menor porte, empregam um número menor de trabalhadores e faturam menos do que as companhias de propriedade exclusiva de homens. Um pouco mais 0,5% das companhias nas quais as mulheres são donas têm receita acima R$ 5 milhões por ano. Já a participação das empresas para essa faixa de faturamento cuja propriedade é masculina chega a ser mais que o dobro (1,3%)
A situação se afunila ainda mais quando se avalia grandes companhias com faturamento anual superior a R$ 100 milhões. Do universo total dessas empresas, aquelas de propriedade exclusivamente feminina representam 6,9% e as de titularidade somente masculina são 44,5%. Já as companhia com participação mista somam 48,6%.
Quando se avalia a idade das empresas de propriedade exclusiva de homens e mulheres, as fatias são mais ou menos equilibradas, com as mulheres detendo uma fatia ligeiramente maior de companhias mais jovens. No entanto, para empresas com mais de 20 anos de funcionamento há uma preponderância de propriedade masculina, com 8,3% das empresas, e de sociedades mistas, formadas por ambos os gêneros, com um participação de 24%.
Na opinião de Rodrigues, o fato de as empresas mais longevas serem de sociedade mista, formada por homens e mulheres, revela quanto é importante a diversidade de pensamento para oxigenar as companhias.
Foi exatamente esse movimento que ocorreu sete anos atrás com a Torigoe, uma oficina mecânica, que fica no Tatuapé, zona leste da capital paulista. Em 2012, Vanessa Martins, de 43 anos, decidiu deixar a carreira de nutricionista especializada em pacientes terminais num hospital e se tornar sócia e gestora da oficina do marido, o engenheiro mecânico Sérgio Torigoe. N a época a oficina tinha 11 anos de funcionamento.
“Eu não aguentava mais trabalhar na área de nutrição”, diz Vanessa, que nunca tinha sonhado empreender. Para tocar a parte administrativa da oficina, já que o marido é responsável pela parte técnica, Vanessa foi estudar administração de empresas e fez vários cursos.
O primeiro desafio foi mudar a localização da empresa que enfrentava, na época, disputas judiciais com a vizinhança. “Em nove meses construímos uma oficina com iluminação natural, captação de água de chuva, o uniforme dos funcionários foram confeccionados com materiais recicláveis e até a mobília construída a partir de pneus”, conta.
O resultado, segundo Vanessa, foi uma oficina sustentável com layout novo e organizado. De lá para cá, o faturamento da oficina, que tem mais de 3 mil clientes ativos, cresce 5,5% ao ano. Agora a empresa se prepara para dar um outro salto. Ainda sob sigilo, Vanessa diz que detectou um novo nicho de mercado. Ela e o marido vão empreender num novo segmento do setor automobilístico no segundo semestre deste ano. Na opinião de Vanessa, sem o apoio do marido e sócio no negócio, ela não teria se tornado empreendedora.
Além do trabalho de gestão na oficina, Vanessa faz trabalho de aceleração e orientação empresarial de companhias administradas por outras mulheres. “Normalmente a mulher começa a empreender depois que vira mãe e, pelo fato de não ter capital e crédito, o negócio acaba não indo para frente.”
Preconceito
O levantamento feito pela consultoria BigData mostra que a atuação das mulheres no mundo empresarial está quebrando preconceitos. Além do comércio varejista de artigos de vestuário, prestação de serviços de cabeleireiro e estética, que encabeçam a lista de setores nos quais as empresas de propriedade das mulheres mais atuam, o comércio e a prestação de serviço automotivo estão na lista dos dez segmentos que as empreendedoras mais atuam. De acordo com uma pesquisa feita pela publicação Automotive Business, entre 2013 e 2017 a participação das mulheres neste mercado cresceu de 15% para 17% e a perspectiva é de aumentar mais nos próximos anos.
Fonte: Estadão
As projeções são de um crescimento bem próximo da estabilidade tanto no quarto trimestre de 2018 quanto nos três primeiros meses de 2019, e o impulso virá de comércio e serviços neste ano
O Produto Interno Bruto (PIB) ficará com crescimento próximo de zero até a aprovação das reformas. Com a expectativa de melhora do emprego e da renda das famílias, o impulso da atividade em 2019 virá apoiado nos setores de comércio e serviços.As projeções da 4E Consultoria, por exemplo, apontam para um crescimento de 0,3% na atividade econômica do primeiro trimestre deste ano.
Segundo Giulia Coelho economista da consultoria, o movimento vem pela falta de uma sinalização mais forte de que as reformas necessárias serão aprovadas.“O governo ainda é uma grande caixa preta. Temos algumas reformas, principalmente a da Previdência que, dependendo se sair ou não, vai ter um impacto muito significativo na economia deste ano”, avalia a especialista.
Na Tendências Consultoria, que trabalha com a perspectiva de aprovação das reformas, a expectativa é de que a composição da atividade econômica para 2019 seja trazida pelo maior consumo das famílias, pelo crescente investimento das empresas e pela melhora do crédito.“O que permite essa expansão adicional é a perspectiva de que o mercado de trabalho melhore e a estimativa de que o quadro inflacionário continue benigno ao longo deste ano.
Mas é importante perceber que mesmo com a maior confiança dos agentes, ainda temos um cenário internacional desfavorável e um governo que não terá mais papel de propulsor da economia”, complementa o analista da Tendências, Thiago Xavier.Já na análise setorial, o economista da Pezco Economics Helcio Shiguenori Takeda aponta melhores avanços em comércio e serviços, mas um retorno ainda baixo na indústria, e a depender da resolução sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos, possíveis reflexos no agronegócio.
“Se o ritmo continuar, teremos comércio e serviços puxando a retomada da atividade econômica e, em seguida, o setor industrial indo na esteira de um processo de recomposição dos estoques e criando uma dinâmica mais favorável. Já em agro, é possível que haja redução na comparação interanual, já que a base de 2018 foi bastante robusta no setor”, comenta o especialista.
Projeções No entanto, os movimentos mais próximos da estabilidade já serão vistos nos resultados do quarto trimestre de 2018. Apesar das projeções da 4E serem de uma alta de 0,8% frente aos três meses imediatamente anteriores, tanto a Pezco quanto a Tendências preveem um estacionamento do PIB na mesma relação – alta de 0,2% e estabilidade, nesta ordem.“Existem duas justificativas para o dinamismo dos últimos três meses de 2018.
Primeiro, o impacto que a greve dos caminhoneiros teve na atividade econômica e, em segundo lugar, a volatilidade e as incertezas das eleições”, analisou Takeda, da Pezco Economics.Segundo a economista da 4E, os resultados do quarto trimestre devem sentir a baixa recuperação da Indústria, a qual ainda “deve decepcionar um pouco” em termos de retomada. “Desde a greve dos caminhoneiros, a indústria é um segmento que tem sofrido muito”, avalia Coelho.
Para Xavier, no entanto, mesmo que o crescimento dos últimos três meses de 2018 estejam próximo à estabilidade, a base de comparação está elevada desde a mudança vista entre o segundo e o terceiro trimestres. “O efeito denominador com base mais fraca dá um alívio nessa relação, mas mostra o quanto a economia está demorando para recuperar as perdas da crise. A expectativa é de melhora gradativa ao longo de 2019”, conclui.
Fonte: Jornal DCI
14/01/2019
O grupo de varejo GPA divulgou na sexta-feira (11) que teve receita líquida de R$ 14 bilhões no quarto trimestre, um crescimento de 12% sobre o desempenho obtido um ano antes, impulsionado por expansão de 23% nas vendas da bandeira de atacarejo Assaí.
Segundo o grupo, o Assaí teve receita líquida no período de R$ 6,7 bilhões, encostando na principal divisão da companhia, a de multivarejo, que viu as vendas subirem 3,5%, para R$ 7,3 bilhões.
De acordo com relatório, houve uma “elevada produtividade das novas lojas provenientes da assertiva expansão orgânica” O grupo destacou ainda que “as lojas abertas nos últimos 12 meses têm apresentado alto volume de vendas e o melhor desempenho de vendas por m² dos últimos 5 anos”, contribuindo para o crescimento, no quarto trimestre de 2018, acima de R$ 1 bilhão de faturamento sobre o período de um ano antes.
O GPA destacou ainda a “continuidade dos ganhos de volume e fluxo de clientes” do Assaí.
Fonte: Jornal DCI
14/12/2018
Levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) constatou que o varejo, atacado e setor de serviços paulista, em conjunto, devem registrar a abertura de 99.897 postos de trabalho em 2018. De acordo com a estimativa da pesquisa, o ano deve fechar com mais de 9,9 milhões de empregos com carteira assinada no estado.
Segundo o estudo, o varejo voltou a registrar saldo positivo de vagas em 2018, e projeta a abertura de 3.518 postos de trabalho. De acordo com Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista de São Paulo (PESP Varejo), o varejo paulista deve encerrar o ano com um estoque ativo de 2.092.727 trabalhos formais, leve alta de 0,2% em relação a 2017.
No comércio atacadista, estima-se a criação de 9.998 postos de trabalho com carteira assinada no Estado de São Paulo. Assim, o setor atacadista paulista deve encerrar o ano com um estoque ativo de 508.148, crescimento de 2% em relação ao ano passado.
O setor de serviços concentra o maior número de contratações em 2018, que deve fechar o cálculo em 86.381 postos de trabalho formais abertos até o final deste ano. O segmento deve encerrar o ano com um estoque ativo de 7.387.815 trabalhadores com carteira assinada, alta de 1,2% em relação a 2017.
A pesquisa apontou também a sazonalidade observada no mercado de trabalho ao longo de 2018. Segundo a Federação, o varejo paulista apresentou saldo acumulado negativo no primeiro semestre desse ano devido à dispensa de trabalhadores temporariamente contratados no Natal de 2017.
A FecomercioSP explica que alguns fatores foram decisivos para o baixo desempenho anual do comércio varejista, como a capacidade de investimento das empresas, de vendas ainda em patamares baixos em relação aos anos de melhor desempenho econômico, aumento das incertezas com o período eleitoral e a greve dos caminhoneiros.
Contudo, com a recente queda do desemprego, reação do investimento e crescimento maior do PIB, houve condições de retomar a geração de empregos com carteira assinada nos últimos meses do ano.
Os dados compõem as pesquisas de emprego no comércio varejista, atacadista e setor de serviços do Estado de São Paulo (PESP Varejo, Atacado e Serviços) por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Fonte: Agência Brasil
Depois de 20 anos morando e trabalhando no Brasil, o holandês Jacobus Johannes Hubertus Derks achou que era hora de construir um patrimônio. Com o dinheiro economizado na criação de vacas de leite e porcos, com os pais e irmãos, numa pequena propriedade de Holambra (SP), em 1976, ele pretendia comprar uma grande área em campos ainda inexplorados de Paranapanema, no sudoeste paulista.
Ao fechar o negócio, soube que só poderia adquirir 45 hectares, área menor que a pretendida. “Como era estrangeiro, só pude comprar três módulos rurais, o máximo permitido por lei. Era uma boa terra, mas insuficiente para os nossos projetos.”
Derks e a esposa tiveram de se tornar brasileiros naturalizados para fazer novas compras de terras. “Nós já tínhamos residência contínua aqui, convivíamos com os brasileiros e gostávamos do país, mas havia essa limitação. Então nos tornamos brasileiros naturalizados, mas não foi só pela terra”, disse.
Com a naturalização, Derks investiu na compra de novas áreas até tornar-se um grande produtor de grãos e algodão em sua propriedade, a Fazenda Amarela Velha. Mais tarde, adquiriu também terras na região de Unaí (MG). Aos 68 anos, Derks repassou a gestão dos negócios agrícolas aos dois filhos brasileiros, Thiago e Thomas.
Ele conta que muitos imigrantes holandeses vieram para o Brasil depois do fim da 2.ª Guerra em busca de trabalho e oportunidade. “Na época, o Brasil aceitava os imigrantes, até para formar colônias e trabalhar a terra. Não eram todos os países que aceitavam.” Seus pais migraram com os cinco filhos – ele tinha apenas três anos. “Hoje, com a situação muito estável na Europa, a vinda de europeus para o Brasil diminuiu muito. Quem está investindo em grandes áreas de terra são grupos multinacionais.”
Grato ao País, em 2013 o produtor rural usou sementes de cereais como trigo, triticale, aveia e canola para formar, em sua fazenda, uma gigantesca bandeira brasileira, com 890 metros de comprimento por 680 metros de largura, numa área equivalente a 70 campos de futebol.
Sem burocracia
O italiano Claudio Poli, que mora na região de Treviso, norte da Itália, conta que não teve nenhuma dificuldade para comprar um sítio de 3 hectares, no bairro Rio Una de Cima, em Ibiúna, interior paulista, em 2002.
“Na época, passei uma procuração para uma cunhada brasileira e ela cuidou de tudo. Só estive lá para conhecer a propriedade, mas o negócio foi fechado à distância”, disse. Poli tinha planos de explorar o sítio com turismo e piscicultura, mas o projeto não seguiu adiante. “Vendi alguns anos depois como comprei, sem nenhum problema.” O italiano acredita que foi dispensado de mais formalidades por se tratar de área pequena.
O iraquiano Nawfal Assa Mossa Alssabak também se naturalizou brasileiro antes de comprar terras no bairro Rio da Várzea, em Pereiras, onde instalou o maior criatório de frangos de corte do Estado de São Paulo, com 1 milhão de aves alojadas. Nawfal está desde 1982 no País e se naturalizou em 1990. A fazenda foi adquirida dez anos depois e a maior parte dos funcionários é de brasileiros. Procurado, Nawfal informou que não falaria sobre seus negócios.
Entre 1998 e 2016, estrangeiros de 40 países compraram 10.132 propriedades rurais no Estado de São Paulo, segundo dados do Incra. A grande maioria – mais de 95% – tinha área inferior a 100 hectares. O maior número de compras foi registrado em 2002. Os japoneses lideraram as compras, seguidos pelos portugueses, italianos, espanhóis e alemães, mas há registro de aquisição de áreas também por declarantes da Rússia, Jordânia, Coreia do Norte e Cingapura, além de países africanos.
A maior propriedade, a fazenda Chácara Arco Íris, com 62,4 mil hectares, foi adquirida em novembro de 2002 por um grupo japonês. Segunda maior área, a Fazenda Guapiara, com 21,2 mil hectares, foi comprada por um suíço em março de 1997.
Fonte: Estadão
Promoções e queima de estoque no começo do ano são formas para ajustar o volume de produtos armazenados, aumentar as vendas e atrair novos consumidores
Promoções devem seguir algumas regras para que beneficiem a empresa no curto prazo e não comprometam as operações no longo prazo
(Arte: TUTU)
As tradicionais liquidações realizadas nos meses de janeiro são uma forma de o varejista ajustar seu estoque e começar um novo ano com uma melhor gestão dos produtos armazenados. Se, por um lado, o consumidor já espera por promoções após o Natal, por outro, o empresário tem a oportunidade de iniciar 2019 com um planejamento financeiro mais eficiente. Isso porque o estoque em desequilíbrio afeta diretamente o capital de giro empresarial.
A injeção do décimo terceiro salário e as compras natalinas tendem a aumentar as vendas no varejo paulista em até 30% em dezembro em comparação com os outros meses do ano. A depender do comportamento dos consumidores em dezembro, esse fortalecimento do orçamento familiar pode se estender até janeiro, época dos clássicos feirões de saldos, e isso reflete no Índice de Estoques (IE), apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Apesar da natural volatilidade do indicador ao longo do ano, em novembro, 56,9% dos entrevistados declararam estar com o volume ideal de mercadorias (sem falta e excesso de produtos). O número é próximo à média histórica pré-crise de 60% e indica que janeiro pode ser um mês decisivo para o equilíbrio definitivo dos estoques.
Tipos de produtos
O tipo do produto vendido é relevante para definir se haverá liquidações em janeiro. Se os produtos são perecíveis (especialmente os natalinos, como alimentos típicos), as liquidações são obrigatórias pois a demanda após o Natal cai drasticamente. No caso de itens não perecíveis (até os sazonais como enfeites), as promoções podem ser menos agressivas ou nem serem feitas. O lojista precisa avaliar se haverá custo adicional em estocar as mercadorias até o próximo ciclo de vendas ou se há urgência em aumentar o capital de giro.
Outro fator é ter planejado o estoque para o período com antecedência, porque entrar num novo ano com estoques exagerados aumenta a necessidade de caixa e/ou de se livrar de um estoque, o que tende a elevar os descontos oferecidos aos consumidores.
Os segmentos de eletroeletrônicos e eletrodomésticos e vestuário também costumam aderir as promoções depois das festas de fim de ano para ajustar os estoques e abrir espaço aos novos produtos a serem lançados.
Atraindo novos consumidores
As liquidações, de acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, também têm a finalidade de aumentar o fluxo de caixa e atrair novos clientes, mas o empresário deve ter cuidado na redução do preço de venda dos produtos. É preciso considerar valor de custo da mercadoria, impostos, despesas fixas (como aluguel e salários), gastos variáveis (contas de água, energia, horas extras e fretes) e lucro pretendido. É este último tópico que pode ser alterado para garantir o preço mais competitivo.
Em alguns momentos, é preferível vender a mercadoria com preços reduzidos, sacrificando parte do lucro, a tentar manter a margem de lucro e não conseguir desovar o estoque. Eventualmente, os resultados de curto prazo com as liquidações comprometem a operação de varejo no longo prazo. Convém destacar que promover uma queima de estoques tem custos. Os mais visíveis são os de marketing e divulgação dos eventos promocionais.
Atenção
É compreensível que, após alguns anos de uma crise que afetou todo o varejo, muitas empresas tenham urgências financeiras que levem a decisões extremas. Mas usar automaticamente a tática de liquidações, saldões e promoções sem um mínimo planejamento pode ser prejudicial à empresa.
Não é recomendável a realização de promoções indiscriminadamente, pois isso induz o consumidor a apenas comprar quando ocorrem promoções e prejudica a imagem da empresa, colocando em dúvida se os produtos estão realmente com desconto ou se as promoções na verdade são o dia a dia da empresa.
As épocas propícias para esses eventos não devem coincidir com o momento em que o consumidor está com maior folga no orçamento, ou seja, nos dias de pagamento em cada mês. Existem promoções de Natal feitas com muita antecedência e essa estratégia reduz as margens das empresas justamente nos melhores momentos do ano para o varejo.
Site: Fercomercio SP
Segundo a Entidade, prejuízo será 32% menor do que em 2018
Estudo desconsidera feriados estaduais e municipais, que também prejudicam a atividade comercial
(Arte/Tutu)
O varejo nacional deve perder R$ 7,6 bilhões em 2019 por conta dos feriados e pontes, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Esse montante é 32% menor do que os R$ 11,2 bilhões estimados em 2018. O prejuízo será reduzido pelo fato de ter mais feriados aos finais de semana e menos pontes de emendas. No ano passado foram 15 dias entre feriados e pontes; em 2019, serão dez dias.
O setor de outras atividades é o que deve contabilizar a maior perda, cerca de R$ 3,16 bilhões, queda de 32% em relação a 2018. É importante ressaltar que nesse grupo predomina o comércio de combustíveis, além de joias e relógios, artigos de papelaria, dentre outros. A atividade de supermercados perderá cerca de R$ 1,93 bilhões em 2019 e também deve ter retração de 32% em comparação a 2018.
Os demais segmentos que devem deixar de faturar com os feriados e pontes são: farmácias e perfumarias (-31%), com perda de faturamento de R$ 1,1 bilhão; seguido de vestuário, tecidos e calçados (-32%), com R$ 801 milhões; e móveis e decoração (-33%), com montante atingido de R$ 620 milhões.
A FecomercioSP desconsiderou os feriados estaduais e municipais que também prejudicam, em média, a atividade comercial. Na análise da Entidade, R$ 7,6 bilhões podem parecer um enorme dano ao varejo, contudo, este valor representa 0,4% de tudo que o setor fatura em um ano, ou cerca de um dia e meio de comércio completamente fechado.
Além disso, com a economia mostrando sinais de recuperação mais forte, a tendência é de haver um crescimento ainda maior em 2019. Para Federação, a discussão de perdas por conta dos feriados vai ficando pra trás, a expectativa é de que as famílias terão mais oportunidades de trabalho e ganho de renda, o que proverá grandes benefícios a todos os segmentos.
A FecomercioSP ressalta que o estudo não visa analisar a transferência de renda para outros setores, sobretudo, o turismo, que é sabido que é favorecido nestes períodos.
Site: Fercomercio SP
SAO PAULO SP BRASIL 22.05.2017 – TRABALHO – Secretaria do Emprego no posto do Poupatempo da S
Foto Reinaldo Canato
Em uma iniciativa inédita, um grupo de empresários brasileiros lança na próxima segunda-feira uma campanha de mobilização para gerar pelo menos 1 milhão de vagas formais no primeiro mês de 2019. Chamado de ‘Empregue +1 – Empresários unidos a favor do emprego’, o movimento sugere que cada empresa, das micro às grandes companhias, abra pelo menos uma vaga.
Gabriel Kanner, presidente do Movimento Brasil 200, entidade que lidera o programa, diz que há 22 milhões de CNPJs no País e, “se tivermos adesão de 5% deles, serão 1 milhão de vagas”. Segundo ele, a ideia “é ter um impacto grande na geração de empregos já no começo do ano”, coincidindo assim com o início do governo de Jair Bolsonaro.
“A intenção é canalizar o momento de otimismo no Brasil, com empresários retomando investimentos, somando tudo isso em uma campanha de mobilização”, explica Kanner. “Queremos replicar isso para cada empresa, da grande à pequena, para que abra pelo menos um vaga, o que certamente terá um grande impacto na economia logo de cara.”
A iniciativa tem apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde ocorrerá o lançamento da campanha no dia 17. Devem participar cerca de 250 empresários dos setores da indústria, comércio, serviços e agronegócio de todo o País.
O Movimento Brasil 200 foi criado no ano passado pelo dono das Lojas Riachuelo, Flávio Rocha, que chegou a lançar sua candidatura à Presidência da República, mas desistiu da disputa.
Kanner, que também pertence ao grupo, informa que a Riachuelo abrirá 300 vagas em janeiro, número que “deve crescer bastante ao longo do ano, de acordo com o número de lojas que forem abertas”.
Os empresários que participam do Movimento Brasil 200 já aderiram ao programa. Um deles, Luciano Hang, dono da rede Havan, promete 5 mil novos empregos. Ela já havia anunciado em novembro investimento de R$ 500 milhões na abertura de 20 lojas no próximo ano. Também já se comprometeram com novas vagas os grupos Centauro e Polishop, entre outros.
Em janeiro, o movimento realizará campanhas em diversas mídias, como rádios, TVs, jornais e redes sociais. As empresas colocarão as vagas formais que dispõem em um site e os interessados poderão se inscrever nesse mesmo canal. Os números serão acompanhados mensalmente por meio do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo Kanner, serão oferecidas vagas em todos os segmentos, desde manutenção e limpeza até altos cargos, com variadas faixas salariais, todas com carteira assinada e por meio das modalidades previstas na nova legislação trabalhista, como intermitentes e temporárias.
“O melhor programa social para o País é o emprego, pois é um absurdo termos 12,4 milhões de desempregados”, afirma Kanner. O último dado divulgado pelo IBGE indicam que a taxa de desemprego no País caiu para 11,7% no trimestre que vai até outubro, ante 12,3% no trimestre anterior, mas ainda é considerada muito alta.
Para se inscrever e mais informações acesse o site: www.empreguemais1.com.br.
Fonte: Estadão
O setor de shopping centers manteve a trajetória de crescimento, mesmo diante das incertezas políticas. Em outubro, mês das eleições, as vendas no País aumentaram 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. E no acumulado de um ano, a alta atingiu 4,16%, de acordo com dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). O valor médio gasto pelos consumidores nos shoppings em outubro foi de R$ 92,90, 37% acima do desembolso no comércio de rua, de R$ 67,95.
Otimismo. Rara os próximos meses, a expectativa da Abrasce é aceleração nas vendas, uma vez que o setor tende a ser favorecido pela melhora da confiança dos consumidores, ampliação das concessões de crédito, inadimplência em patamares mais baixos e aumento na geração das vagas de trabalho neste fim de ano.
Fonte: Estadão